Povos primitivos inventaram historinhas fantasiosas para explicar o universo.
Ao longo dos milênios, tais historinhas foram modificadas, adaptadas, distorcidas e reinterpretadas, às vezes se incluindo elementos de outras historinhas.
No século XXI, algumas pessoas procuram significados ocultos nesta bobajada se julgando muito superiores àqueles que a veem como simples superstições de povos primitivos.
A velha crença em que os antigos tinham uma sabedoria fantástica que se perdeu ou foi preservada por ordens iniciáticas secretas. Que textos que sobreviveram a civilizações desaparecidas contêm vestígios de conhecimentos avançados.
Não adianta o místico apelar para uma vida dedicada ao estudo da "sabedoria dos antigos", desprezando os que pouco ou nada conhecem sobre Jacob Boehme, Hermes Trismegisto ou Helena Blavatsky.
Estudar a fundo o assunto torna a pessoa um expert, mas não significa que ela tenha como provar que é verdade ou se baseia em fatos.
E, enquanto não provar, o leigo não terá motivos para reconhecer sua autoridade.
Por exemplo, não adianta um teólogo esfregar seu diploma de teologia na cara do descrente dizendo "Quem é você para me questionar?!!"
O mais sensato será ignorar essa gente.
Citar grandes filósofos é a "falácia da autoridade". Só porque eles tiveram algumas boas ideias, não significa que acertaram em tudo. Eles partiam do princípio de que havia um conhecimento ou entidade superior a serem descobertos e entendidos. Já eu, apesar de não excluir a hipótese de que possam existir, não vejo necessidade de perder meu tempo com elucubrações inúteis sobre coisas imaginárias.
Afinal, quer haja algo ou não, será inalcançável e incompreensível.
Uma hipotética revelação irrefutável feita por tal entidade será apenas uma ilusão.
Apenas aquilo que ela quer que vejamos e pensemos, não a realidade.
Que, de qualquer modo, estaria fora de nosso alcance.
quarta-feira, 9 de novembro de 2022
A "sabedoria dos antigos"
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