sábado, 1 de setembro de 2007

Há benefícios na religião?


Talvez seja injusto se atacarem as religiões em si pelos erros de alguns de seus seguidores. Talvez devamos nos concentrar apenas nas supostas coisas boas que elas produzem.

Por outro lado, se a maioria das religiões promete um mundo de paz e amor, seus bons resultados não deveriam causar espanto e sim o fato de que, em tantos casos, o resultado é o oposto.

Quem sabe, o objetivo está além de nossa capacidade, apesar de nossas boas intenções, mas o que se vê com frequência é que a intolerância e a violência acontecem justamente em nome da religião - e não apesar dela.

É bem possível que as pessoas sejam boas ou más por sua índole e o seriam de qualquer modo, independente de terem uma religião e do que ela diz.

Entretanto, já se disse que "pessoas boas fazem coisas boas, pessoas más fazem coisas más, mas é preciso uma religião para que pessoas boas façam coisas más". Podemos ainda acrescentar que, por serem contraditórias e sujeitas a interpretação, em muitos casos servem para legitimar injustiças e barbaridades, que têm que ser aceitas como "a vontade de Deus".

A verdade é que as religiões não são apenas um monte de mandamentos do tipo "Amai-vos uns aos outros". Elas contêm ameaças terríveis feitas por seus deuses aos que não as seguem e aconselham seus seguidores a, no mínimo, tentar converter os outros e se afastar de quem resiste à sua pregação.

Além disto, ao exigir a aceitação de dogmas apenas pela fé, sem provas, induzem as pessoas a desligar seu pensamento crítico e abrem as portas à aceitação de qualquer absurdo, o que só é limitado pelo bom senso e pelo senso ético de cada indivíduo.

Será que não seria melhor ter a moral das religiões que não ter nenhuma? Sim, mas isto equivale a ser melhor comer porcarias que morrer de fome. As religiões certamente incorporam alguns valores universais, mas os corrompem com imposições e dogmas absurdos, como a exigência do não questionamento.