sábado, 24 de junho de 2006
Riqueza e pobreza
O pobre não é pobre porque existe o rico. Na verdade, o pobre só não é mais pobre justamente porque existe o rico.
O dinheiro que vai para o bolso do rico não é um dinheiro que saiu do bolso do pobre. É um dinheiro novo, que só passou a existir devido ao trabalho do rico.
Defender a distribuição forçada das riquezas é cair no erro de achar que a quantidade total das riquezas de um país é constante e que tende a se acumular nas mãos de uns poucos. Pelo contrário, novas riquezas são constantemente geradas pelo trabalho e o que acontece é que alguns estão mais capacitados a gerá-las e acumulá-las do que outros.
Se tirarmos dos ricos para dar aos pobres, em pouco tempo os ricos voltarão a ser ricos e os pobres voltarão a ser pobres. Ou, o que é pior, os ricos irão embora, em busca de um país que valorize seu trabalho produtivo e respeite seu direito à propriedade legitimamente obtida, deixando os pobres ainda mais pobres.
É melhor que os pobres comam as migalhas que caem da mesa dos ricos que não haja migalhas por não haver ricos.
A estatística mostra que mais de 90% dos ganhadores de loterias volta a ser pobre com o tempo, ou seja, eles não sabem usar o dinheiro para gerar dinheiro, sabem apenas gastá-lo. Os ricos são aqueles que sabem gerar riquezas novas.
Existem, é claro, os parasitas que, sem produzir nada, vivem às custas dos que trabalham, mas este não é necessariamente o caso dos empresários, por exemplo. Para gente assim, existe a lei. A maioria dos empresários, pelo contrário, cria empregos e permite a sobrevivência dos que não têm a capacidade de serem, eles mesmos, empresários. Não importa se eles criarem suas empresas pensando apenas em seu próprio benefício; o que importa é que, para o bem de todos, eles existem.
Há também o problema dos que nascem tão pobres que não têm a chance de fazer nada, mas, para isto, existem os impostos, através dos quais os ricos ajudam o governo a dar chances iguais a todos através de condições mínimas de educação, segurança e saúde.
A desigualdade social não é um problema em si. Reflete apenas o fato de que as pessoas são diferentes em suas capacidades e ambições. Pelo contrário, a desigualdade pode ser até um sinal da vitalidade de uma sociedade, de que é possível progredir.
Não é a desigualdade que deve ser combatida e sim a falta de oportunidades e a extrema miséria. Deve-se garantir a todos uma vida digna e a chance de progredir pelo próprio esforço, e não tentar acabar com as diferenças.
"Os
socialistas, e em especial os marxistas, sempre pensaram que existia um
estado natural de abundância. Nada mais simples, portanto, que a
economia de Robin Hood: tirar dos ricos para dar aos pobres."
- Roberto Campos
Fernando Silva
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Empresários fazem muito mais do que simplesmente ajudar os pobres com seus impostos. Fazem muito mais do que se passassem o dia como voluntários no asilo da esquina. Asilos certamente ajudam os pobres, mas empregos acabam com a pobreza. E empresários dão emprego, não apenas em sua firma, mas também nas de seus fornecedores.
ResponderExcluirEntretanto, pessoas de visão estreita e com a cabeça cheia de ideologias preferem ignorar isto e ver apenas a pobreza que ainda resta, defendendo soluções obtusas como tomar dos ricos para dar aos pobres.
Elas precisam da existência dos pobres para que sua "justa indignação" faça sentido, para que possam posar de heróis da justiça social. Na verdade, o mais provável é que se limitem a criticar os ricos e o sistema, achando que com isto já fizeram o bastante.
Ao pagarmos nossos impostos e ao elegermos criteriosamente nossos representantes, que se propõem a acabar com a pobreza, já fizemos nossa parte. E fazemos mais ainda ao sermos bons profissionais. Mesmo como empregados, estamos gerando riquezas e garantindo empregos. Não devemos satisfação nenhuma aos indignados de plantão. Eles que parem de acusar os outros e façam algo de concreto.
Tem sentido.
ResponderExcluir
ResponderExcluirQuando você pega barro e faz uma panela, gerou riqueza.
Quando você pega madeira e faz uma mesa, gerou riqueza.
Quando você pesca um peixe e serve uma refeição, gerou riqueza.
A panela, a mesa e o peixe não foram tomados de ninguém. Antes não existiam e agora existem.
O país ficou mais rico, mas ninguém ficou mais pobre.
Essa riqueza não será repartida igualmente por todos - e nem seria justo que o fosse - mas o fato de existir já aumenta as chances de que pessoas não envolvidas se beneficiem indiretamente dela.
E como fica a parte de serviços?
Gerar riquezas envolve trabalho, e parte desse trabalho pode ser executada por pessoas que não participam da produção dos bens materiais em si, como transportadores, armazenadores, vendedores. Ao fornecer seus serviços, contribuem para que outros gerem riquezas em maior quantidade e com mais eficiência. Ajudam os produtores a atingir um mercado maior, o que os incentiva a produzir mais. Ao se especializar numa função, liberam os produtores para que se dediquem integralmente àquilo que sabem fazer melhor.